Olá! Meu nome é Marize Fonseca de Oliveira e fui aprovada em 1º lugar para o curso de Medicina na Universidade Estadual de Feira de Santana.
Ao fim do Ensino Médio, a minha única certeza era a de que eu não pretendia fazer um curso da área de saúde. Não era uma boa aluna. Faltava à muitas aulas e costumava estudar para as provas na véspera. Não fui aprovada para o curso que eu queria: Engenharia Civil na UEFS. Mas a minha irmã havia me inscrito em Nutrição na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia sem que eu soubesse, fiz a prova mesmo sem muito ânimo e fui aprovada. Acabei cursando porque não queria fazer cursinho.
Ao longo do curso, descobri uma afinidade até então desconhecida. Melhorar o quadro clínico das pessoas, conversar com os enfermos e até mesmo o cheiro do hospital me fazia muito feliz. Eu amava as disciplinas da área clínica e os estágios no hospital me deixavam realizada. Decidi que, assim que eu me formasse, tentaria Medicina. Adiantei algumas matérias e me formei em 4 anos. Me mudei para Feira de Santana, onde eu pretendia cursar Medicina, e subestimei a dificuldade de ser aprovada em um curso tão concorrido. Tentei conciliar 3 cursinhos presenciais e os estudos com a vida na cidade nova, na qual conheci muita gente e saía muito.
Prestei 3 vestibulares e os resultados saíram: não havia passado em nenhum. De início, fiquei chateada comigo mesma e fiquei com a sensação de ter jogado uma oportunidade fora, uma vez que eu tinha consciência do meu potencial. Não aceitei muito bem o fato de que havia perdido, porque perdas, até então, não faziam parte da minha vida. Embora minha família tivesse me ensinado que “tudo tem um preço”, nunca precisei pagá-lo no âmbito dos estudos, até porque consegui administrar a vida na faculdade com festas, boas horas de sono e notas altas. Era a primeira vez que a vida exigia responsabilidade de mim.
Durante o segundo ano tentando, fui aprendendo coisas importantes. Uma delas foi que não importa o quanto você seja inteligente, se você não tiver humildade e consciência de que pode errar questões na prova por puro nervosismo ou “idiotice”, ou simplesmente porque há gente mais preparada e determinada que você, isso acontecerá. Outra foi a de que seus aspectos emocionais podem te desequilibrar de uma forma inesperada e, se você não souber lidar com isso, arriscará pôr tudo a perder: tentar evitar que isso ocorra se desprendendo do passado e de sentimentos do presente que não te elevarão é uma boa ideia.
Assinando a VestCursos, pude economizar bastante tempo, já que as apostilas são completas e dispensam qualquer livro. Estudei em casa durante alguns meses, e o suporte da equipe de professores, além do contato constante com os nossos colegas me ajudou a "não surtar", afinal não há clima de competição e todos estão dispostos a ajudar. Aprendi com eles que, quando o trabalho é feito com amor, estar disponível aos feriados e madrugadas torna-se prazeroso (Landim, você é demais, cara! Haha). Isso me incentivou a continuar lutando pelo meu objetivo.
Depois das inúmeras lições que tirei nesse percurso, ao final do ano e dias antes da prova, me senti preparada para passar de fase. Não no sentido de ter conhecimento técnico, mas, principalmente, de ter adquirido uma responsabilidade que a vida de um estudante de Medicina exige. Hoje, me considero muito feliz por ter “perdido” da primeira vez. E sabe aquela história de que “tudo tem o seu tempo”? Hoje também acredito nela. Se vocês ainda não passaram, saibam que essa busca árdua e, muitas vezes, fatigante está sendo uma grande fase nas suas vidas, a ponto de interferir em quem vocês serão por muito tempo, ainda que vocês não se deem conta disso. Não é perda de tempo, é ganho. E, quando vocês realizarem o sonho, a felicidade será tão grande que vai ser mais fácil perceber como tudo valeu à pena.
Sobre as aprovações, passei em outros cursos, também em primeiro lugar. E, por ironia do destino, fui contemplada com uma bolsa integral para o curso de Engenharia em Feira de Santana. Bom, só hoje entendo o quanto a tão sonhada vaga no curso de Engenharia veio na hora certa, só quando eu já sabia que não a queria.
Confira aqui a reportagem da aluna Marize Fonseca de Oliveira
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